Mais que ver imagens e acompanhar notícias, aprender com elas.
Por: Elóide Botelho (CRP 09-3124)
São comoventes as imagens de destruição no sul da Turquia e no norte da Síria, ocorridos no amanhecer de ontem, dia 06 de fevereiro de 2023, em virtude dos terremotos que acometeu estes lugares. De difícil compreensão, ver por meio dos veículos de comunicação, as surreais cenas dos prédios e construções históricas indo a baixo tão rápido, como num abrir e piscar de olhos. Sem palavras, ver as pessoas sobressaltadas, em desespero, sem entenderem num primeiro momento o que estava de fato acontecendo, sua gravidade e extensão e, sem saberem para onde irem, na tentativa de se protegerem em lugares seguros, ainda não atingidos.
Como todos os brasileiros que pouco ou nada sabemos sobre terremotos, a não ser pelos livros, eu fiquei profundamente impactada, triste, sentindo-me impotente ao longo do dia de ontem, diante do que passei a ver sobre esta tragédia. Ao fazer minhas refeições, lembrava-me das pessoas e, em pensamentos orava pelos sobreviventes machucados, os desaparecidos que ainda podem estar vivos e precisam ser rapidamente localizados. Também, em silêncio, clamava a Deus pelas pessoas e famílias enlutadas e que perderam suas habitações. Orava pelos governantes e líderes destes países e, em especial, por aqueles que já estão na missão de resgate das vítimas e possíveis sobreviventes.
Todavia, por mais comovida e impactada que eu tenha ficado e como eu, nós cidadãos brasileiros tenhamos ficado, jamais teremos a real noção do que significa vivenciar ou observar “in loco” esta tragédia como os que lá estavam, sobretudo, diante do fato de verem familiares, amigos, colegas de trabalho, etc. sendo engolidos por aqueles escombros. É algo surreal, de difícil alcance para o cérebro humano, seja de leigos ou entendidos.
Hoje, tive acesso às falas da Ana Beatriz Corrêa (Bia), atleta de Vôlei que vive em Aksaray (região central da Turquia). Em entrevista cedida a um noticiário da TV Globo (ontem, 06.02) ela afirma que à medida que o tempo ia passando e ao longo da fuga para outro local dado o iminente perigo a que ela e todos ali estavam expostos, tivera que enfrentar uma tempestade de neve que tomara a rodovia que trafegava. De tão assustadora a situação, ela foi tomada por uma insustentável tensão, medo e pavor e assim, o seu corpo passara a tremer por inteiro, numa intensidade de difícil controle, levando-a a pensar: “eu me perguntava se estaria aqui amanhã.”
Após ouvir os relatos da Bia e de outras pessoas e, de acompanhar este ocorrido através das mídias, me lembrei da Escritura Sagrada, mais precisamente do Profeta Isaias em seu livro (capítulo 40), refletindo sobre o CRIADOR e a criatura. Refletindo sobre Deus como Criador e sustentador do Universo, da Vida e do Homem e a sobre as nações e suas gentes, o profeta faz uma correlação entre o poder majestoso de Deus e, a vulnerabilidade e a fragilidade da pessoa e da vida humana. O profeta usa uma alegoria para dizer que: diante da soberania do governo de Deus sobre o mundo, a natureza e o homem, as nações ainda que fortes, são frágeis e vulneráveis, como um pingo que cai dum balde. Ele sim, mantém vivo e ativo, o mundo e tudo o que nele há.
Diz o profeta: “Eis que as nações são consideradas por ele como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na balança, as ilhas são como pó fino que se levanta.” (Isaias 40.15). Ontem, as imagens da Turquia e da Síria, me reportaram para esta mensagem bíblica, proposta na forma de alegoria. Tanto a cena bíblica, como as aqui apontadas e tantas outras tragédias naturais ou movidas pelo homem que tem nos atingido, são autoconclusivas: somos como pó, que não altera o peso da balança. Somos impotentes. Por mais avançada que a ciência desta área se encontre neste Século XXI, ela ainda não consegue antecipar com precisão o dia, a hora e o local que um terremos acontecerá. Pode fazer aproximações, não revelações.
São nossos semelhantes, milhares viraram pó. Sem palavras… Que Deus tenha misericórdia desta gente. Que Deus seja gracioso e, sobre este povo dispense plena força, consolo e esperança. Deus, que nos providenciou Jesus, o Espírito e a Palavra e que sustenta o nosso fôlego de vida, é o mesmo que esteve na Turquia e Síria ontem. Ele ama estes povos, sofre com eles neste momento, os ajudará, os socorrerá. E, já está fazendo isso, por meio das pessoas e de todas as nações que se prontificarem em os ajudar com soluções efetivas e eficazes, para reconstruírem seus países e socorrerem suas vítimas.
Que nos solidarizemos com eles e, os sustentemos em oração. Atentemos para este fato: mais ver vermos imagens e acompanharmos os noticiários, possamos aprender ao máximo todas as lições explicitas e implícitas que tanto as tragédias naturais como as humanas nos trazem. Eu trouxe a Turquia e a Síria, mas, lembremos de ocorrências em nosso país, como por exemplo: Com o barco que naufragou neste domingo (05.02.23) na Baía de Guanabara no Rio de Janeiro, como o motociclista de 21 anos, que desapareceu ao arrastado pela enxurrada provocada pela chuva que caíra em Goiânia na tarde de 30 de janeiro de 2023, especialmente na avenida C-107, no bairro Jardim América, região sul da capital, a qual o vitimou.
Num trocadilho: que o mundo ouça a Deus pelo que está vendo e, veja Deus pelo que ouve nos noticiários. Que eu e você, façamos o mesmo. Que Deus tenha piedade de nós e abençoe a Turquia, a Síria, a nossa nação, a você e a mim.