O DSM-V (sigla abreviada, em inglês, para Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, 5o edição) da APA (American Psychiatric Association) não é a “Bíblia da Psiquiatria” como costuma apresentar a Mídia. É apenas a relação dos transtornos mentais e do comportamento reconhecidos pela ciência atual com os critérios necessários para o diagnóstico de cada um deles. É preciso esclarecer algumas coisas, a título de informação.
É para utilização de profissionais de saúde mental devidamente treinados para seu uso como ferramenta (auxílio) no diagnóstico dos problemas psicológicos e psiquiátricos. Portanto, ler simples listas de sintomas divulgados na internet e se “autodiagnosticar” é perigoso; diferenciar o que é patológico de comportamentos normais exige perícia e treino (“parece fácil, mas não o é”).
Ele não é dogmático. O fato de estar na quinta edição, mostra que ele é objeto de contínua revisão conforme o curso dos conhecimentos científicos.
O DSM V não diagnostica pessoas e suas personalidades, mas uma série de problemas pessoais que podem ser decorrentes de um transtorno mental. Nem todo problema humano é um caso psiquiátrico.
O DSM V não “rotula” ninguém, mas nomeia e classifica os transtornos psiquiátricos para facilitar a comunicação entre os profissionais de saúde. Definir termos e categorias de fenômenos é um dos primeiros passos para o trabalho científico em qualquer área de estudo.
O DSM V não diz que todos os problemas psiquiátricos são de causação biológica. Na verdade este manual somente descreve e classifica sem postular causas (exceto naqueles casos onde já se descobriu uma origem cerebral, como na Demência associada a Doença de Alzheimer).
Por fim, o DSM V não foi feito para ampliar demasiadamente o número de doenças mentais para que se aumente a venda de remédios psicotrópicos. A grande maioria dos transtornos mentais e do comportamento listados no manual não requerem uso de medicamentos, mas abordagens socioeducativas, psicoterapia, aconselhamento ou medidas de proteção.